Exposição de arte leva JB Lazzarini a Roma
As telas multicoloridas de JB Lazzarini dão ênfase a beleza natural do Brasil, nossa fauna e flora, e nossas questões culturais. Nas suas telas são encontrados não só elementos da natureza, mas poesia, música e formas orgânicas em harmonia às concretas. Esse bonito trabalho estarão sendo apresentado na exposição “Arte sem fr0nteiras” que acontece na Galeria La Pigna em Roma, Itália, de 9 a 19 de setembro, com curadoria de Sandra Setti e Ligia Testa. O artista plástico expressa a nossa brasilidade com estética própria, assim como fizeram Tarsila Do Amaral e Di Cavalcanti, agora com o frescor da atualidade.
JB Lazzarini é natural de Belo Horizonte. Cresceu às margens da Bacia do Rio Santo Antônio, e desde criança desenvolveu o amor pelo meio ambiente, tema principal de suas obras, e pela pintura.
Ao longo de 20 anos de carreira, JB LAZZARINI conquistou seu espaço. O artista já expôs nos EUA, Itália, Áustria e Portugal, seu trabalho foi requisitado para cenário de gravação do DVD Yamandu + Dominguinhos (Yamandu Costa, um dos principais violonistas da atualidade), e participou também do documentário Metamorfose (2011). EM 2021 pintou um mural para a Semana Criativa de Tiradentes, cidade onde reside atualmente, e que é considerada uma força motora de criativos brasileiros.
Algumas citações sobre a obra de JB Lazzarini:
Miguel Gontijo, artista plástico – “Há um certo temor em enfrentar os espaços multicoloridos de Lazzarini. Não posso negar que seus quadros, fundindo com a exuberância das cores naturais de nosso país, tendem a torná-los over. Mas, não podemos negar também que eles correm contra a ditadura da cor (ou modismo) vigente na arte de agora. Ele pinta com uma honestidade peculiar num mundo demasiadamente amedrontado para ser honesto. É um artista que usa toda a extensão cromática, sem medo. Um pintor que Portinari identificou como “pintor que pinta de ouvido”. E é pintando de ouvido que lhe vejo. Cria quadros que respiram, sejam pela limpeza da cor ou pela simplicidade da forma. Seus quadros celebram o triunfo supremo de estar o mais ativamente vivo e sermos parte do cosmo encarnado. Harmonia e simetria são elementos rapidamente identificáveis em sua obra. Lazzarini é um verso de cor. Suas formas estão impregnadas dos objetos imediatos e caseiros, das vivencias interioranas, sem cair no folclorismo”.
Gladston Mamede, Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e Doutor em Direito – “O contraste abrupto entre cores como preto, azul, vermelho e amarelo, por vezes chapadas em formas exclusivamente geométricas, foi indispensável para moldar uma expressão própria, inconfundível e, melhor, capaz de expressar uma estética da brasilianidade que coloca JB Lazzarini como herdeiro de Tarsila e Di Cavalcanti, embora sem nunca os copiar. Seu atual estágio de produção é de uma riqueza ímpar. Antes de mais nada, uma riqueza nos matizes: sutilmente, a cor obtém do espectador a primeira reação ao tema exposto. O vermelho, preto e laranja, para o agreste sertanejo; cinza, preto, branco e sutis azuis para o enredo aquático; a profusão de cores, contrastadas, para a totalidade da paisagem. A proposta de uma tradução tropical exibe-se mais sutil e elegante, embora conserve a bravura do fauvismo e do colorismo, num eixo que remonta, no exterior, a Gauguin, Matisse e Cézanne, e no Brasil a Inimá de Paula – J.B. Lazzarini, no entanto, não é replicador de qualquer desses pintores. Mais do que a visão da paisagem tropical, o artista transmite a sensação de encantamento provado por essa paisagem. Esse encantamento passou a ser ainda maior quando o artista aceitou trabalhar com grandes formatos, que tomam o expectador como uma explosão que, diante de seus olhos, não lhe permite ver mais nada: tudo é a obra de arte. É indianista, é afro-brasileira, é mesmo urbana, quando surge a paleta com a frialdade do cinza e negro e afins. Essa simplicidade reducionista é extremamente eloquente. Eis a razão de minha admiração por esse grande artista: J.B. Lazzarini assumiu o ônus de uma estética brasileira e desempenha essa função com maestria. Embora seguindo uma tradição, é único no que faz, postulando seu lugar na história nacional das artes plásticas.”
A Galleria La Pigna fica na Via della Pigna, 13a (Palazzo Maffei Marescotti), Roma.